Eles ligam os PCs, fuçam a web, jogam games on-line, mas ainda não sabem sequer amarrar os cadarços. Cerca de 69% das crianças aprendem primeiro a usar um computador e só depois desenvolvem a capacidade de fazer atividades comuns, como revela pesquisa realizada pela AVG Technologies, fabricante de softwares de segurança.
O estudo entrevistou 2.2 mil mães com acesso à internet em países como a Nova Zelândia, Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Espanha, Japão e Austrália. As mamães, com filhos entre dois e cinco anos, foram solicitadas a classificar uma lista de habilidades que seus pequenos aprenderam primeiro, entre tecnologia e atividades tradicionais. De acordo com o levantamento, enquanto a maioria das crianças não consegue fazer refeições por conta própria, já usam o mouse com certa destreza para descobrir o universo da web.
Diante dessa realidade de educação digital, é possível (e preciso) usar tais ferramentas a favor do desenvolvimento das crianças. É o que ocorre na Escola Efigênia Vidigal/COC, na qual a tecnologia é parte integrante da proposta pedagógica da instituição. Cada aluno tem um computador individual, apelidado de lapCOC. O programa é disponível para os anos finais do ensino fundamental e para a 1ª série do ensino médio. Mas os alunos mais novos também têm acesso ao computador, iniciando com joguinhos interativos.
Com a mediação e supervisão dos professores, o estudante tem acesso a esses recursos diariamente, como complemento do material didático impresso. O conteúdo é repassado por meio de jogos educativos, questionários, textos, imagens, produção de apresentações digitais e pesquisas na internet. Algumas vezes, os professores utilizam também a lousa digital, para os alunos acompanharem as aulas em seus netbooks.
Segundo André Cefali, diretor-geral do Efigênia Vidigal, a relação do ensino/aprendizagem ganha muitos benefícios com a inserção da tecnologia no ambiente escolar. “Ela é uma grande aliada, porque desperta o interesse dos alunos nas atividades desenvolvidas. Além disso, esta geração de estudantes tem acesso ao meio digital, está integrada às redes sociais e tem blogs. As próprias ferramentas também criam mecanismos que permitem que o professor acompanhe as atividades de cada aluno individualmente e estabeleça níveis diferentes de cobrança”, destaca o diretor.
André Cefali explica que o professor continua como ator principal dentro desse sistema. O que muda, segundo ele, é que o mestre desce do tablado e atua junto aos alunos construindo o conhecimento. “Com essas ferramentas digitais, o professor pode extrair o máximo de conteúdo para apresentar aos estudantes. Ele consegue visitar um museu sem sair da sala”, exemplifica.
3D e Tablets
Aprender biologia fica mais divertido quando, em vez de estruturas de células reproduzidas no papel, os estudantes podem observar a reprodução da imagem em 3D. No colégio, desde 1998, essa tecnologia é utilizada e acompanha a evolução do mercado: de óculos de realidade virtual para óculos com lentes polarizadas. O tablet, sensação tecnológica do momento, também vai ser utilizado pelas novas turmas em breve, em lugar dos laptops.
Alguém ainda duvida que esta geração está trilhando o caminho das pedras para a geekmania?
Crianças no PC
>> Mais crianças sabem jogar no computador (58%) do que nadar (20%) ou andar de bicicleta (43%)
>> 19% das crianças não apresentaram nenhum problema ao usar aplicativos de smartphones, embora apenas 9% conseguissem, por exemplo, amarrar os próprios sapatos
>> Um quarto das crianças entrevistadas conseguiu abrir um navegador de web
>> 28% dos garotos e 29% das garotas souberam realizar uma chamada pelo celular, mas apenas 20% conseguiram discar o 911 em caso de emergência
>> Mães de 35 anos ou mais são melhores no ensino de atividades comuns a seus filhos: 40% das crianças com mães de 35 anos escrevem seu próprio nome, em comparação a 35% das crianças com mães de 34 anos ou mais jovens, que ainda não escrevem
Mais um produto da maravilhosa sociedade "moderna" e "desenvolvimentista", de retardados é claro.