Estou aqui postando com o meu vestido de noite, tomando um vinhozinho num copo de requeijão e guardando quitutes na minha bolsa. E tudo porque saiu os premiados do prêmio HQMix, o prêmio que é mais tradicional que reclamação de papel vagabundo nos mangás do Burajiru.
Para quem não sabe, o prêmio HQMix é um prêmio feito em ouro (tô mentindo, nem sei se isso é verdade) e é dado para os melhores do Burajiru, sejam eles editoras, editores, escritores, desenhistas. Infelizmente, o prêmio de melhor porteiro de editora vai ficar para outra ocasião, lamento Seu Zé.
E o resultado dos premiados saiu uma semana antes… para que os vencedores compareçam ao evento e que quem não ganhou não precisar caprichar no carão quando o Serginho Groisman falar que aquele cara que ganhou 16 vezes é o campeão desse ano.
Segundo o UniversoHQ, “Participam da votação desenhistas, roteiristas, professores, editores, pesquisadores e jornalistas de todo o Brasil.”. E para isso eu indico o meu “Troféu Nada Contra Acho Ótimo” (que é uma Leila Lopes de luvas e chapéu toda banhada em ouro), porque nada contra esses grandes especialistas de quadrinhos do Burajiru escolherem os vencedores, mas será que isso é o melhor a ser feito para escolher o melhor?
Pensem bem, o mercado de quadrinhos do Burajiru é composto de uns 80% do Maurício de Sousa, 9% de mangá, 9% de comics e uns 2% do de coisas Cult e experimentais (rezando para a soma ter dado 100%). Obviamente esses números eu tirei do rabo, porque não tem nenhuma pesquisa que comprova isso, mas é a impressão que eu tenho. Se alguém tiver números reais, joga na roda.
A questão é que, assim que saiu a lista, muita gente da imprensa especializada (pffff) reclamou dos indicados. Não estou acusando ninguém, mas é meio suspeito que muitos dos “amigos” dos jurados sempre ganhem a mesma premiação.
Como o dono daquele Chuva de Nanquim maldito que sempre está melhor de audiência que eu, como assim o UniversoHQ ganha como melhor mídia de quadrinhos se o Omelete, por exemplo, tem programa semanal de TV, podcast etc? O UHQ não tem nem RSS, como faz com isso, gente??? Só rindo.
Não vou reclamar de categorias como “Melhor Desenhista Nacional” e essas coisas porque não sou Cult para comprar esses quadrinhos brasileiros de quarenta reais e muito menos tenho dinheiro para isso, então não posso avaliar. Mas na categoria que envolve editoras e produção estrangeira, é até feio que nenhum mangá apareça nos vencedores.
Falei com o Alexandre Nagado (que é quem me inspirou para fazer esse post) e ele disse que os eleitores não devem acompanhar muito mangá, por isso não participam da premiação. Olha, me desculpa, mas se eu fosse escolhida eleitora de qualquer premiação do gênero, eu tentaria acompanhar o máximo de coisas que fosse possível, e não apenas o que eu gosto. Porque o que parece é que esses jurados, que provavelmente cresceram na época dos quadrinhos de heróis, possuem aquele preconceito básico com o mangá. Tivemos mangás fantásticos lançados esse ano no Burajiru (e também tivemos Fairy Tail), e nenhum é nem indicado para as categorias que envolvem publicações estrangeiras.
Eu acho que não adianta realizar um evento no SESC, chamar o Serginho Groisman para apresentar e fazer um troféu que parece feito de barras de ouro que valem mais que dinheiro. Dar credibilidade na estética não vai fazer sumir da cabeça do público que o maior problema está no corpo de jurados com suas mentes focadas em apenas o que conhecem.
http://maisdeoitomil.wordpress.com/2011/09/09/you-are-my-friend-awards-%E2%80%93-o-premio-hqmix/