Ótima fase do Amigão da Vizinhança
Confesso que fui um dos milhares de fãs do Homem-Aranha que, logo após a (e até antes da) bobagem perpetrada pela dupla Joe Quesada/Mefisto - ou seja, o malfadado "apagão" que baniu da cronologia os acontecimentos referentes aos últimos três anos da vida do personagem -, torceram pra que o Ragnarok se abatesse logo sobre o mundo, só para o mandachuva da Marvel Comics ser banido pro reino de Hella e passar a eternidade ouvindo ininterruptamente a mesma música do Restart.
Mas não é que o troço está interessante?
Claro que ainda não engoli esse artifício místico e esdrúxulo pra consertar a bagunça cronológica, conceitual e criativa que rolava no gibi do Aranha. Só que não posso mais fazer biquinho enquanto as histórias desta fase estão de boas a excelentes, em minha humilde opinião.
As cinco últimas edições (e destaco ainda mais as de julho, agosto e setembro -esta, a # 105, considero simplesmente duca!) deram-me a certeza de que valeu a pena eu ter continuado fiel ao meu super-herói predileto, cuja revista é a única de uniformizados que continuo colecionando.
Porém - sempre tem um maldito porém -, percebo que, talvez em breve, a coisa vai começar a degringolar de novo.
Isso porque são tantas pontas soltas nessa "nova vida" do Peter Parker e seu alter ego, que o melhor seria a Marvel pensar apenas em criar boas histórias fechadas, em vez de tornar a mexer no passado, nas reviravoltas e outros blablablás. Enfim, devia esquecer o que Quesada e Mefisto fizeram e deixar rolar a nova cronologia, sem tocar mais no assunto da "virada mística".
Explico:
1) Se Mefisto se limitou a apagar memórias e fazer com que uma espécie de bloqueio psíquico impedisse a todos que, outrora, soubessem da identidade do Aranha não conseguissem procurar - ou querer - saber a identidade do herói, como se explica alterações da realidade como o acidente de Flash Thompson ser o resultado de uma ação militar heroica na Guerra do Iraque? Ora, bolas, o amigo do Aranha não estava sem as pernas há três anos (na cronologia do universo do personagem);
2) Quando o aracnídeo se juntou em uma missão com o Quarteto Fantástico no Macroverso, o Tocha-Humana lembrou-se de que, certa vez, soubera quem era o Homem-Aranha. E o escalador de paredes deu toda a pinta de saber que antes todos conheciam sua identidade e passou a história inteira se esquivando do Tocha, até que não deu mais pra segurar e ele tirou a máscara.
Há muitas outras questões, que por enquanto só incomodam e não atapalham a qualidade das histórias. Mas vejo muita bagunça vindo por aí.
http://universohq.blogspot.com/2010/09/otima-fase-do-amigao-da-vizinhanca.html