Desenhistas brasileiros são celebridades nos Estados Unidos
Editoras norte-americanas aproveitam o talento tupiniquim
Quem cruza com Ivan Reis nas ruas de São Bernardo do Campo nem desconfia que está ao lado de uma celebridade. Ivan não está numa novela, não é modelo, nem namora uma famosa. O rapaz simpático, no entanto, é capaz de atrair uma fila com centenas de fãs em busca de um autógrafo e, mesmo não sendo ator, terá seu nome nos créditos de um dos filmes mais esperados do próximo ano, "Lanterna Verde", que deve estrear em junho, com nomes como Ryan Reynolds e Mark Strong no elenco. O sucesso se explica: embora tenha uma vida comum na Grande São Paulo, o paulista é um dos desenhistas de quadrinhos de maior sucesso nos Estados Unidos.
Para se ter uma ideia, ano passado foi eleito pela revista "Wizard", a Bíblia das HQS, o melhor desenhista de 2009 e recentemente emplacou, em parceria com o roteirista americano Geoff Johns, em apenas três semanas, a coletânea "The Darkest Night", que narra aventuras do Lanterna Verde, no primeiro lugar da lista de mais vendidos do jornal "The New York Times". De tão bem-sucedido, o título - que começou a ser publicado este mês pela editora Panini no formato de minissérie - tem galgado posições no rol das cem HQs mais vendidas de todos os tempos.
Mercado
O desenhista de São Bernardo não é o único num mercado em expansão. Assim como ele, nomes como Renato Guedes, Rafael Grampá, Eddy Barrows e Mike Deodato têm conferido seus traços a personagens como Super-Homem, Wolverine, Novos Titãs e Mulher-Maravilha. A carreira nos Estados Unidos é promissora. Além de não precisar mudar de cidade, os ilustradores ainda ganham em dólar. "O salário é compensador. Ganho bem para me divertir", conta Eddy, que atualmente desenha o homem de aço e teve um privilégio de deixar alguns companheiros com dor de cotovelo: foi o responsável pela edição comemorativa do número 700 da revista "Superman". O trabalho não é dos mais simples: cada artista consegue deixar pronta, em média, uma página por dia.
Mas que ninguém se iluda: apesar do sucesso, nenhum deles virou milionário. "Se eu ficar sem desenhar por um mês, já vou ter problemas para pagar as minhas contas", brinca Ivan.
Antes de enveredar pelo mercado americano, Ivan Reis trabalhou no estúdio de Mauricio de Sousa. O brasileiro já teve passagens por editoras pequenas com personagens pouco conhecidos por aqui, como Lady Death, e começou a se firmar com a minissérie "Crise Infinita", já publicada no Brasil. Mas o grande destaque mesmo foi seu trabalho como desenhista regular do Lanterna Verde. O herói ganhou uma projeção que até então não possuía no mundo das HQs e virou personagem central de uma saga com todos os superpoderosos da DC Comics. O sucesso foi tamanho que seus desenhos inspiraram os cenários do longa-metragem baseado no herói. Esta semana, Ivan visitou o set da produção e voltou feliz da vida. "Conheci todo mundo e até tomei uma cerveja com o Mark Strong", festeja. Atualmente, do estúdio no terceiro andar de sua casa em São Bernardo, ele ilustra mais uma supersaga da segunda maior editora do mundo, The Brightest Day
Eddy Barrows - O nome pouco brasileiro é, na verdade, uma adaptação do verdadeiro, Eduardo Barros. Aos 35 anos, este mineiro de Contagem conseguiu abocanhar um dos principais títulos do Super-Homem em sua edição de número 700, que deu início a uma nova saga em que o herói vai a cidades escolhidas pelos leitores. "Quero tentar desenhar uma história do Super na Amazônia", conta Eddy, que recentemente, em tempo de Copa, incluiu uma bandeira verde e amarela numa trama. A grande chance do artista, que já havia trabalhado antes em editoras pequenas, veio com a maxissérie "52", que já saiu no Brasil. O trabalho o levou ao posto de desenhista regular do grupo jovem Novos Titãs
Renato Guedes: Nos últimos meses, o paulistano viu-se alvo de uma disputa entre editoras. Há anos na DC, onde desenhava o Super-Homem, Renato foi chamado pela Marvel para assumir a revista do mutante com garras afiadas Wolverine. "Me preocupava muito com o que seria de mim depois do Super-Homem, achava que iria tudo ladeira abaixo", brinca Renato, que hoje dá aula a aspirantes a ilustradores num estúdio. "Graças a L'os minhas turmas estão sempre cheias."
Rafael Grampá: O gaúcho vai na contramão e evita assumir revistas mensais. "Tenho um traço obssessivo, com muitos detalhes", diz Grampá, que investe também em publicações próprias. "Mesmo Delivery", que saiu no país este ano, teve os direitos vendidos para Hollywood. No próximo mês, sai nos Estados Unidos a edição da HQ "Strange Tales", com heróis da Marvel. "Me deram liberdade para escolher os personagens que quisesse", afirma ele, que vendeu à editora Dark Horse os direitos do próximo trabalho, "Furry Water".
Mike Deodato: A Mulher Maravilha deve a Mike o fato de seguir combatendo o crime em trajes provocantes até hoje. Em 1995, a personagem quase teve a revista cancelada, quando o paraibano assumiu o título. Acostumado às formas generosas das mulheres daqui, o artista não pensou duas vezes: transformou a heroína num mulherão e as vendas subiram rapidamente. A partir daí, assumiu HQs de heroínas como Elektra e Glory. Chegou a desenhar quatro títulos ao mesmo tempo. "Mas aprendi com meus erros", diz ele, que hoje está à frente de um dos gibis mais vendidos da Marvel, "Secret Avengers".
Desenhistas brasileiros conquistam mercado americano
Cada vez mais é maior o número de brasileiros no mercado norte-americano de quadrinhos. Entre nomes de podemos citar Ivan Reis, atualmente na DC Comics, inclusive na mega-saga que está acontecendo atualmente nos títulos da Editora “Blackest Night”, ou numa livre tradução “A Noite Mais Densa” vencedor do Wizard Comics em 2007 como melhor desenhistas e os irmãos Fabio Moon e Gabriel Bá que venceram o premio Eisner Award, o Oscar dos quadrinhos, pela antologia “5”.
Além desses outros artistas brasileiros se destacam nos quadrinhos norte-americanos, desde as famosas DC Comics e Marvel até outras editoras como Image, Top Cow, Dark Horse entre outras.
Agora é a vez do gaúcho Desenhistas brasileiros conquistam mercado americano que assina as páginas de Resident Evil #03 publicado pela Wildstorm/DC lançado recentemente. Além disso, a editora já confirmou a presença de Jheremy nas próximas edições da série, que também contarão com a participação especial do cearense Ed Benes.
Esperarei as opinioes dos senhores depois darei a minha e pegarei pesado!